Cultura africana é exaltada pelo Matakabra em videoclipe para a música “Corpo Fechado”

Matakabra celebra os orixás e as religiões de matriz africana em single e videoclipe de “Corpo Fechado”

A influência da cultura africana na música brasileira é profunda e multifacetada, permeando diversos gêneros musicais e contribuindo diretamente na construção da identidade sonora do país. Desde a chegada dos africanos ao Brasil, suas tradições musicais, ritmos e instrumentos foram incorporados e transformados, resultando em uma rica tapeçaria de estilos musicais autênticos e vibrantes. Gêneros como o samba, o maracatu, e o axé são testemunhos dessa herança, refletindo não apenas a resistência e a resiliência dos povos africanos, mas também sua capacidade de criar e reinventar em um novo contexto. Essa fusão cultural gerou uma música que é ao mesmo tempo brasileira e universal, celebrando a diversidade e a riqueza das contribuições africanas à cultura nacional.

O curioso é que até mesmo no Heavy Metal essa influência vem aos poucos ficando mais e mais evidente, como no caso da banda brasileira Matakabra, conhecida por unir o Metal Extremo a ritmos brasileiros e africanos, que em seu lançamento mais recente, o single e videoclipe para “Corpo Fechado”, escancarou suas origens.

Em uma perspectiva afirmativa sobre a negritude, a banda sustenta um discurso que aborda a riqueza de toda a cultura vinda de África e o desenvolvimento original que as suas divindades, ao pisar no solo do que viria a ser o Brasil, passaram a constituir na identidade dele enquanto nação.

A banda destaca: “Nossa memória social está repleta de práticas e visões de mundo das religiões de matriz africanas e tratar dessas questões é ir de encontro à nossa própria mitologia. Dessa forma, entre alusão e espiritualidade, o novo lançamento aborda os Orixás, centrado na figura de Ogum e se coloca contra o pensamento colonial que sempre conta a história do negro pela narrativa que o objetifica como escravizado”.

Assista ao videoclipe de “Corpo Fechado” abaixo:

Confira também o single:

Inspirados pelo psiquiatra e filósofo, Frantz Fanon, “Corpo Fechado” resgata um pensamento radical e fundamental para outras lutas por emancipação, além da antirracista. A música ainda possui a participação do percussionista Rafael Almeida, membro do grupo Okalonam e do Cordel do Fogo Encantado, propondo uma construção mais original do djent em um diálogo com os ritmos da matriz africana da brasileira.

“Corpo Fechado” é o primeiro single daquele que será o novo EP da banda, “Afirmação, Negação e Indiferença”, previsto ainda para 2024. O lançamento também antecipou a apresentação do Matakabra no festival Alternativa Preta, ao lado de Black Pantera, Eskröta, Hell Valley e Manja, no dia 03 de Maio, em Recife-PE.

O vocalista Rodrigo Costa comentou o lançamento:

“Corpo fechado é a fusão do metal bruto com o candomblé. Tem sido interessante e expansível artisticamente falando compor uma música que fala de Ogum e a força que ele carrega através da cultura religiosa tão presente no Brasil. Para o Matakabra é mais um marco na carreira criar uma obra que enaltece os ancestrais da cultura afro-brasileira”.

“Corpo Fechado foi um empurrão no meu processo de racialização em relação a branquitude. Construir um lugar na luta antirracista tem sido um permanente ato de sensibilidade, escuta e responsabilização, inclusive, comigo mesmo. Acho que para além da questão musical, Corpo Fechado tem feito com que eu me relacione de diversas formas com questões bastante pessoais sobre quem eu sou. E, sobre a questão musical, a participação de Rafael Almeida foi essencial pra a beleza da obra em sua atmosfera e riqueza rítmica”, completou o baixista Rafael Coutinho.

A música é uma composição de Fernando Marques, com letra de Rodrigo Costa e colaboração de Rafael Coutinho, com captação no Estúdio Estelita, gravação de Andreas Zaia, produção musical de Rafael Coutinho e Rodrigo Costa, com coprodução, mixagem e masterização de Matheus Souza. A produção fonográfica é do Selo Estelita. O videoclipe de “Corpo Fechado” foi realizado partir do Edital do Governo de Pernambuco pelo Cli.PE com produção da parceria entre Vital Cultural e a Subverso Lab, direção de Magojulho, direção de fotografia de Junior Soac e Mateus Bernardo, produção de Live Vital, assistência de produção de Kananda, styling por Ally e atuação de Rodrigo Costa.

O Matakabra foi fundado em 2015 e possui em sua sonoridade influências contundentes da Música Extrema, sem deixar de soar a sua origem pernambucana, unindo um som percussivo ao que há de mais moderno e contemporâneo dentro do Metal, forjando o que denominam como Metal Bruto de Recife, sua cidade de origem. A banda conta em sua atual formação com o vocalista Rodrigo Costa, o baixista Rafael Coutinho, o guitarrista Fernando Marques e o baterista Theo Espindola.

Saiba mais sobre o Matakabra, seus lançamentos e sua agenda de shows através do @matakabra no Instagram.

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