Renan Borges de Castro, o responsável pelo perfil Nerd Banger no Instagram, tornou-se com o passar do tempo uma pessoa fundamental na movimentação do cenário do Heavy Metal no Brasil, transformando-se quase num sinônimo para Metal Nacional e uma referência em conhecimento e apoio às bandas. Apoiador da Hell Yeah Music Company desde o nosso início, sendo o @nerd_banger a primeira página a publicar um conteúdo nosso, chegou o momento de retribuir a gentileza e a visibilidade que Renan sempre nos deu, abrindo espaço para que ele possa nos contar um pouco da sua vida e da sua relação com nosso gênero musical favorito. Confira o bate papo que fizemos com esse cara que, além de um criador de conteúdo indispensável para a cena, tornou-se um grande amigo nosso.
Renan, primeiramente gostaríamos de agradecer por ceder um pouco do seu tempo para conversar conosco e também por toda sua contribuição e empenho na divulgação do Metal Nacional. Nos conta um pouco da tua história e de como iniciou sua relação com o Heavy Metal
Renan: Agradeço pela oportunidade de falar um pouco sobre mim e também gostaria de parabenizar pelo belo trabalho muito bem feito que vocês têm feito comas as bandas do seu casting. Minha história com o Heavy Metal não foi algo que surgiu do nada. Meu pai sempre teve uma ótima relação com o Rock em geral, então cresci ouvindo bandas como Pink Floyd, Queen, Supertramp e Rick Wakeman. Com esse tipo de influência não tinha como meu gosto musical ser diferente. Com 11 anos de idade conheci o Guns N´Roses e me identifiquei com um som mais “pesado”. Assim passei a ter contato com bandas mais mainstream, como o Metallica por exemplo. Mas minha vida realmente mudou quando fui apresentado ao “Keeper of the Seven Keys pt. II” do Helloween, isso quando tinha 13 anos de idade. Foi incrível o que senti quando escutei esse álbum pela primeira vez, ele literalmente mudou a minha vida e ajudou a moldar meu estilo a partir daquele momento. Eu não conhecia aquele tipo de som, então comecei a pesquisar por bandas do estilo, me tornei cada vez mais um apreciador de Heavy Metal e o resto é história, e aqui estamos nós rsrs.
E o início do envolvimento mais a fundo, ajudando na divulgação das bandas ocorreu de maneira espontânea ou como aconteceu?
Renan: Foi algo que surgiu de forma natural e que vai de encontro com várias conversas que tive com amigos apreciadores de música pesada, mas que muitas vezes tem o conhecimento mais limitado a bandas que já conquistaram seu espaço no cenário mundial. A partir dessas conversas comecei a sentir a necessidade de mostrar que o cenário do Heavy Metal, principalmente o nacional, é constituído de várias bandas de qualidade inimaginável e que muitas vezes não obtém o devido reconhecimento. Eu mesmo comecei a me surpreender com o nível das bandas que temos por aqui. Durante minhas pesquisas conheci bandas com poucos anos desde a sua criação ou até mesmo algumas com mais de 20 anos de estrada, mas que ainda assim passam despercebidas por muitos. A partir daí surgiu essa vontade de ajudar a divulgar o trabalho dessas bandas e artistas que podem ser considerados verdadeiros guerreiros pois, antes de mais nada, tudo que fazem envolve muito amor. A melhor forma de retribuir isso, é divulgar o seu trabalho.
Você é praticamente um ativista do Metal Nacional. Como você enxerga a cena nacional atual e o que você espera para o futuro dessas bandas?
Renan: Quanto mais vou a fundo no cenário nacional, mais eu tenho certeza que o Brasil é um grande ninho de ótimas bandas. Não é difícil escutarmos aquela famosa frase de que “o rock está morrendo”. Hoje eu tenho certeza absoluta que isso está longe de acontecer e que não precisamos procurar muito para achar bandas que, além de inovar, elevam cada vez mais o nível da música pesada no nosso país. Vejo o cenário atual como algo bem promissor. Talvez estamos vivendo um dos melhores momentos para o Heavy Metal, bom, isso pelo menos é a minha percepção. Posso dizer que o underground tem conseguido atingir um público um pouco maior quando comparamos hoje com o cenário de alguns anos atrás. É inevitável não mencionar a pandemia que estamos vivendo e não reconhecer que, mesmo com os impactos negativos que isso trouxe para os artistas, essa situação de confinamento levou muitas bandas a intensificarem sua divulgação através das redes sociais e a participarem de festivais online. Isso ajudou muito na divulgação de bandas que talvez nunca tivessem espaço pra mostrar seu som. Meu desejo é que essas bandas consigam se manter em atividade e que oportunidades de shows e festivais apareçam cada vez mais. E claro, que o público em geral dê chance a artistas que lutam para tocar o som autoral.
E quais bandas nacionais você mais tem ouvido?
Renan: A lista é enorme e a cada dia vou adicionando mais bandas nessa lista, mas algumas já fincaram suas estacas no meu coração e gostaria de deixar de dica. Escuto muito Maestrick, que inclusive esse ano vai soltar seu terceiro álbum, Ego Absence que conseguiu inovar no power metal, o Medjay que mistura influencias de música oriental no seu som, o Sacramentia que faz um som extremo com muita qualidade e a Rygel, que faz um Thrash extremamente viciante.
Essa é uma questão sempre difícil e já vimos algumas listas suas em outras entrevistas. Mas hoje gostaríamos de te pedir duas listas, não a respeito dos seus álbuns favoritos, mas de 10 indicações do Metal Nacional e outras 10 do Metal Internacional. Quais seriam?
Renan: Vou indicar alguns álbuns que acredito que sejam necessários para o apreciador de Heavy Metal e de bandas que estão em plena atividade.
Nacional:
Maestrick – Espresso Della Vita: Solare
Hatefulmurder – Reborn
Charles Soulz – Split Mind
Tuatha de Dannan – Trova di Danú
Nervosa – Perpetual Caos
Drowned – By hte Grace of Evil
Warshipper – Barren…
Hellish War – Wine of Gods
Age of Artemis – Monomyth
Rage in My Eyes – Ice Cell
Internacional:
Unleash the Archers – Time Stands Still
Soen – Imperial
Kobra and the Lotus – High Priestess
Kreator – Enemy of God
Accept – Blood of the Nations
Dynazty – Renatus
Disturbed – Immortalized
Myrath – Shehili
Saratoga – Tierra de Lobos
Sabaton – The Last Stand
Sorteamos duas músicas aleatoriamente do cast da Hell Yeah e gostaríamos de saber sua opinião sobre ambas: “Sound of Rain”, do Terra e “Queen of the Lions” do Capella
Renan: Essas duas músicas são excelentes! “Sound of Rain” do Terra traz vários elementos diferentes, tem uma dinâmica envolvente e peso na medida certa. “Queen of the Lions” do Capella traz aquele som que eu adoro, que mistura o power com uma certa brasilidade. Ambas são aquele tipo de música que agradam na primeira audição.
Renan, muito obrigado pela entrevista e pelo seu tempo. Deixe um recado para os seguidores da Hell Yeah e para os fãs de Heavy Metal.
Renan: A todos vocês que acreditam que o Heavy Metal pode se renovar e que querem manter essa chama acesa, faça o seguinte exercício: pare pelo menos uma vez na semana para escutar uma banda nova, dê uma chance para aquele artista que você nunca parou para escutar. Eu tenho certeza que fazendo isso, uma hora ou outra irá se deparar com algum som que irá te surpreender. Comece com algumas das bandas que fazem parte do cast da Hell Yeah por exemplo. Não digo isso só porque estou aqui respondendo a essas perguntas, mas porque conheço essas bandas e sei a diferença que elas estão fazendo no cenário nacional. E a vocês, Luís e Leandro, mais uma vez obrigado pela confiança e por acreditarem no Heavy metal e a ajudar a levar esse som para todos os cantos com o seu trabalho.