A noite do último sábado, 04 de Setembro de 2021, tornou-se absolutamente inesquecível por inúmeros motivos, e para nós o maior deles sem dúvida foi ver a Raging War retornando aos palcos de maneira avassaladora e memorável. Mas antes disso vamos voltar algumas horas no tempo e relembrar o evento como um todo, que contou com bandas incríveis, a maioria delas tendo a oportunidade de tocar novamente após um longo período de hiato motivado pela pandemia.
Mal passava da meia tarde e o sol ainda estava alto no céu quando um dos eventos mais tradicionais da cidade catarinense de Brusque teve início e muitas pessoas já se faziam presentes no belíssimo Parque Municipal de Eventos de Brusque, popularmente conhecido como Fenarreco, devido ao nome da festa tradicional que ocorre no local.
Tivemos o infortúnio, por uma série de fatores, de não conseguir acompanhar as três primeiras apresentações presencialmente, mas devido a excelente qualidade da transmissão ao vivo simultânea pelas redes sociais da Fundação Cultural de Brusque, foi possível acompanhar a bandas Langnáticos, Witches Town e Morenas Azuis de maneira Online. O som do evento ainda estava se ajustando à proposta dos artistas, dessa forma as primeiras bandas acabaram sendo um pouco prejudicadas pela qualidade do áudio, mas isso não fez com que os músicos entregassem uma apresentação menos empolgante, dando o pontapé inicial ao evento e mostrando a versatilidade e a diversidade do Cast do Rock na Praça, passando pelo Grunge e pelo Rock Alternativo da Langnáticos, pelo Heavy Tradicional, com alguns elementos de Metal Extremo da Witches Town, indo até o Punk Rock da Morenas Azuis.
Chegamos ao evento com a banda de Indie Rock/Pos-Punk, Stall the Örange, subindo ao palco com uma apresentação bastante teatral, com uma atuação performática e empolgante por parte do vocalista e guitarrista principal da banda. A estrutura do evento surpreendeu positivamente e o som ia ficando cada vez melhor, a medida que a parte técnica ia sendo ajustando e readequado a realidade de cada apresentação.
Misturando Rap com Hardcore, As Palavras Queimam fez um show enérgico e vibrante, trazendo um pouco mais de peso e agito em meio a atrações mais contemplativas.
O evento já começava rumar para seu final quando uma das apresentações mais surpreendentes da noite ocorreu. Pétala Quinto & Os Alomorfes faz algo entre o Rock tradicional, o Rock Alternativo com doses exuberantes de Rock Progressivo e Psicodelia. A banda fez um show comovente, demonstrando um senso artístico muito acima da média e composições próprias de absoluto bom gosto, dando ao público um momento de apreciação absorta de boa música. A penúltima banda da noite, InPace, apresentou um Pop Rock com bastante maturidade e a experiência dos músicos refletia em sua postura de palco e suas composições.
Já se aproximava a madrugada do Domingo quando a atração mais esperada da noite subiu ao palco. Apresentando-se pela terceira vez no Rock na Praça, sendo que desses shows tornou-se inclusive o primeiro EP Ao Vivo da banda, a Raging War trouxe uma centena de Headbangers ansiosos por ouvir um som mais pesado para a frente do palco novamente. O clima de expectativa era perceptível e os brados de “Raging War” acompanharam a introdução que soava nos PA’s quando a banda entrou no palco.
Logo na música de abertura, “Liquidators“, formaram-se as primeiras rodas de mosh e fez-se notável o quão sedento o público estava por voltar a ver um show de Metal, o que refletia inevitavelmente na energia da banda, visivelmente satisfeita e empolgada com a apresentação. A faixa título do EP mais recente da banda, “The Last Tree“, veio em seguida e colocou todo mundo pra bater cabeça ao seu ritmo mais cadenciado e convidativo para o headbanging.
Sem conseguir esconder a satisfação em retornar aos palcos, o vocalista Rudi Vetter falou pela primeira vez com o público, expressando a gratidão e a alegria que a banda toda demonstrava com a recepção calorosa que recebia da plateia, emendando numa sequência avassaladora do primeiro álbum da banda, com “Strength for Better Days“, “Third World“, “The Meaning“, “Enforced System” e “Bastard Dogs“. A energia era tamanha que o próprio vocalista desceu do palco em alguns momentos do show para bater cabeça com os fãs ensandecidos.
O som estava impecável, o que fez ser possível mesmo em meio a tamanha agitação, apreciar a técnica, o entrosamento e a fúria do instrumental de Wellington Rodrigues (Guitarra), Ricardo Lima (Baixo) e Roberto Barth (Bateria), que agitavam muito e ainda assim não falhavam em nenhum momento. Em uma homenagem às suas influências, a banda ainda executou uma versão para “Territory“, do Sepultura e fechou a noite com “Raging War“, que ao convite dos músicos trouxe o evento abaixo, formando rodas de mosh insanas e colocando a segurança para trabalhar na proteção do sistema de filmagens do evento.
Quase dois anos depois de sua última apresentação, o Raging War mostrou neste show que está de volta com tudo, fortalecida internamente por uma apresentação impecável e dando aos fãs da música pesada uma noite inesquecível. A nós, resta agradecer à banda por fazer parte deste momento de maneira tão próxima e poder dividir a satisfação de um show que certamente ficará em nossas memórias para sempre.
O Raging War volta a se apresentar dia 16 de Janeiro de 2022 no Iceberg Rock Festival, em Lontras, SC.
Uma resposta
Noite inesquecível, e com essa cobertura foi perfeita!