Artista americano Saint Romanov lança o EP “Left Handed Cigarette”, com produção do brasileiro Pedro Canaan

Após antecipar a sua estreia oficial em estúdio com os singles “Billy Boy” e “Lurid Young”, o artista americano, Saint Romanov, lançou oficialmente no último dia 11 de Março o seu primeiro EP, “Left Handed Cigarette”, já disponível em todas as plataformas de Streaming de música. O EP teve suas gravações divididas entre as cidades americanas de Chicago e Dallas e a cidade brasileira de São Paulo, onde também teve sua produção, mixagem e masterização realizada pelo talentoso produtor e engenheiro de som brasileiro, Pedro Canaan, da Kalindi Music, também vinculado ao renomado Estúdio Fusão, de Thiago Bianchi. Ouça aqui:

“Left Handed Cigarette” é um registro profundo e carregado de emoção, alternando naturalmente entre a raiva, o amor e a introspecção amarga, com um nível de maturidade emocional raro entre artistas de 21 anos. O EP conta com inúmeras colaborações, incluindo participações do grupo de metal brasileiro, the death season, do artista de Chicago, Drea C, Wolfgang Hunter (do Fishing In Japan) e do guitarrista brasileiro Alexandre Spiga, que emprestou seu talento ao belíssimo solo de “Smile”. O EP foi co-escrito pelo grupo e banda de composição/produção The Groovy Motherfunkers, em Chicago (onde Saint Romanov também gravou seus vocais com o membro da equipe do produtor Grind: Ethan Deetz). As canções então viajaram para o Brasil, onde a instrumentação foi arranjada e gravada no Kalindi Music Studio, por Pedro Canaan nas guitarras e baixo e Bruno Alessi (the death season) na bateria.

Saint Romanov celebrará o lançamento fazendo uma série de shows em Chicago com outros artistas da TGM Recordings, bem como com Fishing In Japan. No verão de 2022, Romanov planeja lançar sua própria marca de cannabis, também nomeada Left Handed Cigarette, com os produtores de Michigan, Fresh Off The Farm.

O produtor Pedro Canaan explanou a respeito do lançamento do EP, entrando em detalhes riquíssimos sobre todo o processo de composição, gravação e produção:

“O EP Left Handed Cigarette foi totalmente produzido por mim, em parceria com o artista Saint Romanov, que escreveu as músicas junto com o Tony Klacz, da TGM Recordings. Todas as músicas chegaram para mim como voz e violão, e então elaborei o arranjo, gravei baixo, guitarras e violões, e as baterias foram gravadas aqui, com o Bruno Alessi, baterista da the death season. Todas as gravações, tirando as vozes e o violão de “Old”, foram feitas no estúdio Kalindi. A ideia era fazer um som com uma pegada mais crua, sem tantos elementos digitais, mas dando margem a umas experimentações com delays e modulações”

Pedro também fez destaques individuais sobre cada composição:

“As tracks Billy Boy e Smile trazem muito da influência do grunge que ele tem, numa pegada meio Nirvana e Smashing Pumpkins. Na música Smile, tive a ideia de chamar o grande guitarrista Alexandre Spiga, que já é renomado aqui no Brasil, e foi meu professor de guitarra por muito tempo. Ele adicionou umas linhas de guitarra solo que deram uma vida a mais pra música. Na Billy Boy, tentei deixar a produção relativamente minimalista em questão de elementos e focar na agressividade dos timbres. Bumbo e caixa soando super densos, baixo bem presente, muitas camadas de guitarra, que soam enormes nessa faixa. Na Lurid Young exploramos um lado mais rock alternativo, até pq a track contou com feat. da the death season e do vocalista Wolfgang Hunter, da banda Fishing in Japan. As melodias dessa música são o que chamam mais atenção, então a produção é totalmente focada em dar espaço pras vozes e pros riffs de guitarra. Fahlstrom e The Rabbit foram músicas que eles fizeram com a intenção de serem mais leves, e o desafio foi manter elas dentro da proposta do EP. Acabei optando por levar elas pra um caminho mais psicodélico/experimental. Como os singles do EP foram Lurid Young e Billy Boy, que são bem impactantes, seria estranho simplesmente ter duas tracks completamente clean e soft rock, então eu sabia que tinha que incluir elementos mais ousados pra manter essa característica de serem músicas impactantes e com essa vibe mais vintage e meio lo-fi. Em Fahlstrom, apostei em vozes com um efeito de vocoder bem forte sobre uma base mais suave, meio bossa nova. Lembrei dos Tribalistas ao fazer. Em The Rabbit, as coisas foram meio que uma bola de neve. Eu sabia que o foco da música não seria a bateria, então começamos gravando um groove bem simples em cima da guia. Depois disso, fui gravar o baixo e acabei fazendo uma linha bem doida, que é quase um solo de baixo que dura a música inteira, sem muitas repetições de ideias. Eu gostei muito do que eu fiz e decidi manter desse jeito, mas neste momento eu já reparei que isso seria um problema na hora de mixar, pois o baixo não estava fazendo a função tradicional de um baixo, estava atuando mais como um instrumento solo. Pelo fato do baixo ser muito pouco constante, fiz a linha de guitarra ser bem simples, e só um loop de acordes durante a música toda. Adicionei alguns efeitos de ambiência e foi isso. Na hora de mixar, tive que quebrar a cabeça pra tentar fazer tudo aquilo fazer sentido. O baixo posicionado no centro junto com a voz não estava dando certo, pois tinha momentos da música que os dois conflitavam demais. Testei jogar o baixo totalmente pra esquerda e achei muito melhor; nesse ponto já vi que essa mix seria totalmente fora da caixa e que todas as regras seriam jogadas pela janela. Comecei a pensar naquelas músicas do Revolver dos Beatles, que tem o instrumental de um lado e as vozes de outro, e tentei fazer um approach parecido. Testei todas as combinações de panorama possíveis, e acabei com: baixo e bateria na esquerda, guitarra na direita e a voz no meio, com o lead de guitarra ambiente e backing vocals em estéreo. Pra balancear o LR, também acabei criando um canal de slap delay mono da bateria e jogando ele totalmente pra direita. Causa um efeito bem diferente, mas que eu gostei. Eu fiz todas essas doideiras e mandei pra eles sem falar nada, já esperando que achassem um caos total e pedissem pra refazer tudo. No fim das contas, a única alteração que pediram pra fazer foi abaixar um pouco a guitarra, então ficou assim. Até agora eu não sei se o que eu fiz foi realmente a melhor ideia, mas acho que essas coisas fazem parte do desenvolvimento de grandes trabalhos. Eu prefiro testar coisas novas e correr o risco de dar muito errado (ou muito certo), do que sempre fazer a mesma coisa, e sempre chegar em um resultado médio. E acho que as grandes obras da música surgiram seguindo essa mesma linha de raciocínio. Pra finalizar, fizemos uma track de voz e violão meio folk/country chamada Old, e apesar de parecer meio contraditório com as outras músicas, achei que ela casou muito bem com a pegada do EP mesmo sendo acústica. Ela foi gravada em um take só, com só um microfone captando o Judah tocando e cantando. Como o próprio nome da música diz, queria que ela soasse antiga, mixei ela de uma forma para parecer que você está ouvindo em uma vitrola, ou um rádio mais antigo. Sou muito fã desse efeito, dá um ar bem intimista, e combinou com a estética”.

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