Hell Yeah Music Profile #6 – David Sue

No Profile de hoje, edição número #6, conheceremos as preferências de um músico bastante peculiar, de um talento ímpar e de uma sensibilidade musical profunda e única.

David Sue é um músico, compositor e multi-instrumentista paulista, que ainda novo fora diagnosticado com autismo, depressão e bipolaridade, e que encontrou na música o seu refúgio, transformando toda sua trajetória de altos e baixos, dramas e dores, em Goodbye to Pariah seu álbum de estreia, lançado em 2022.

Leia mais sobre o lançamento de “Goodbye to Pariah”

O que é o Hell Yeah Music Profile? Nós, fãs de Rock e Heavy Metal, em geral somos apaixonados em fazer listas, expor nossas preferências musicais e conhecer os gostos e as predileções das outras pessoas que gostam da mesma vertente musical que curtimos. No Profile nós desbravamos através de respostas geralmente objetivas, o gosto pessoal e a relação de músicos e parceiros da Hell Yeah Music Company com o Rock e o Heavy Metal.

* Todas as perguntas do Profile são relacionadas a discos de Rock e Heavy Metal, exceto quando citado.

Como começou a sua relação com o Rock/Heavy Metal?

A lembrança mais antiga que tenho em relação ao rock é de ouvir o álbum “Heaven And Hell” quando tinha uns 4 anos. Meu pai tinha o costume de colocar MPB, alguns rocks nacionais da época em que ele era jovem e poucas coisas internacionais.

De todos os artistas que meu pai colocava os que mais me faziam mexer a cabeça era o Black Sabbath, em especial as músicas com o Dio nos vocais. Meu pai colocou o “Vol. 4” uma vez, mas o “Heaven and Hell” era mais agitado. Porém, nunca fui de me preocupar com música.

Só fui mergulhar de cabeça nesse mundo de ouvir bandas e ter curiosidade de descobrir os nomes e as histórias 10 anos depois de me apaixonar pela voz do Dio. Dessa vez, não foi o heavy metal que fez meu coração ser roubado pela música e sim a letra cativante de “Eu nasci há dez mil anos atrás”, onde Raulzito me mostrou que era possível um escritor que ama metáforas e coisas complexas se expressar pela música, uma linguagem universal que é capaz de ultrapassar qualquer barreira.

Primeiro disco que ouviu na vida: 

Sendo sincero, o primeiro disco que ouvi na íntegra foi, na verdade, uma coletânea da Legião Urbana, “Mais do Mesmo”.

Em relação a discos mesmo, não consigo me lembrar de fato quem foi o primeiro. Talvez tenha sido “A Tempestade”, também da Legião, ou, pensando num rock internacional, se não me falha a memória, foi o “Led Zeppelin III”.

De heavy metal, sem dúvidas, foi o já mencionado “Heaven and Hell” (adquiri o CD quando eu tinha uns 15 anos, na feira hippie – uma feira bem antiga de Campinas).

Qual disco considera mais importante para a história, independente do seu gosto pessoal:

Essa pergunta é meio difícil e bem ampla. Depende. De uma forma geral, acredito que “Sgt. Pepper’s” é o álbum que mais se encaixa nessa categoria de “importância histórica”, pois ele consegue ser um grande divisor de águas tanto em quesitos musicais, quanto estéticos.

Se no álbum “Revolver” eles começaram a usar explorar os recursos do estúdio como se fosse outro instrumento musical, em “Sgt. Pepper’s” eles dominaram esse “novo instrumento” e mostraram novas possibilidades ao mundo. Não consigo pensar em outro disco que consiga ser tão influente/importante quanto esse.

Um disco que você não gosta:

Gosto muito do Michael, mas o disco “Invincible” é bem difícil de escutar. As 3 primeiras músicas são mais longas do que deveriam e ficam sempre na mesma coisa.

Um disco de uma grande banda que você adora mas a maioria das pessoas não gosta:

Se você me perguntasse isso há 3 ou 4 anos atrás eu diria “Tales from Topographic Oceans”, do Yes. Porém, atualmente eu acho esse álbum chato pra caramba. Só não o coloquei em “um disco que você não gosta” por já ter escutado ele inteiro diversas vezes! No caso do “Invencible” não consegui nem chegar na metade.

Melhor capa de disco da história:

Isso é muito relativo. Gosto de várias capas! Atualmente fico entre a capa de “Dangerous”, do menino Michael e “Seeds of Love”, do Tears For Fears.

Letra de música favorita:

Bom, vamos ver. Parando para pensar, a letra que mais me abalou foram os versos de “Por quem os sinos dobram”. Eu tinha uns 14 anos e parecia que o Raul estava falando de mim, botando o dedo na ferida com versos como: “nunca se vence uma guerra lutando sozinho” e a que mais me atingiu “você precisa entrar em contato”.

Eu fugia do convívio com o pessoal da minha idade por não saber dialogar com eles, fazia trabalhos sozinho para evitar de “entrar em contato”. O meu ídolo, o músico que eu tinha como um amigo, estava cantando em alto e bom som coisas que deveria fazer mas que ignorava por medo. Raul me botou contra a parede nessa música.

Qual música você está escutando agora ou qual foi a última música que ouviu:

“Higher Truth”, do Chris Cornell. Ela me ajuda a ficar mais calmo e reflexivo.

Dois discos que você adora, de um completo extremo ao outro:

Hum, vamos ver. Gosto muito do “Future Nostalgia” da Dua Lipa e do “Holy Moly!” do Blues Pills.

Cinco artistas/bandas fora do Rock e do Heavy Metal que você gosta: 

Harry Styles, D´Ângelo, Dua Lipa, Djavan e Billy Preston.

Seu disco brasileiro favorito:

Hoje em dia é o “As Quatro Estações”, da Legião Urbana. Continuo achando esse disco maravilhoso desde que escutei pela primeira vez há 8 anos atrás!

Sua música favorita de sua própria autoria:

“Your Silence Can Sing”, apesar de ter enjoado dela.

Iremos pedir para escutar uma música totalmente aleatória de algum artista do Cast da Hell Yeah e pedir suas impressões a respeito. A música é “Beyond Your Dreams”, da Code 27:

Achei ótima! O timbre de guitarra me lembrou o Mark Knopfler. A levada de guitarra entrando no contratempo, o vocal aveludado pé no chão e o timbre clássico de stratocaster com uma pitada de reverb foram os ingredientes primordiais para gerar um prato musical, cujo aroma exala uma sensação agradável em que é possível fechar os olhos e viajar para uma terra de sonhos, conseguindo, com sucesso, fazer música e letra tornarem-se uma mistura coesa e palatável para qualquer ouvido que não tenha cera ou falta de bom gosto musical.

Por fim, a pergunta mais importante. Quais são seus cinco discos favoritos:

Putz! Mais uma pergunta difícil. Meus discos favoritos mudam constantemente, à cada mês, mas, atualmente esses são meus 5 favoritos, que ouço com uma certa frequência (sem ordem de mais favorito ou menos favorito):

  • “A Car Crash In The Blue” – Atomic Swing;
  •  “Adapt” – Sakanaction;
  • “The Southern Harmony And Music Companion” – Black Crowes;
  • “Everybody Like Some Kind of Music” – Billy Preston (gosto de todos que Billy lançou nos anos 70, mas infelizmente tive que escolher só um);
  • “Animals” – Pink Floyd (por mais que não tenha escutado tanto nos últimos tempos, é um dos discos que levaria para uma ilha deserta);

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Ouça o álbum “Goodbye to Pariah” aqui:

Hell Yeah Music Profile #5 – Lucas Barbosa e Max Cardoso (Terra)

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